Autoria: CRUZ, I.

Resumo: A agricultura brasileira tem demonstrado resultados significativos nos últimos anos, em grande parte pela utilização de novas tecnologias, incluindo genética superior e boas práticas agrícolas. A despeito de maior conhecimento útil para a tomada de decisão quanto aos fatores ambientais bióticos e abióticos, das supersafras e dos ganhos em produtividade, ainda se contabilizam perdas decorrentes de injúrias de pragas. Para evitar ou mitigar os prejuízos econômicos, a alternativa comum ainda é o uso de pulverizações frequentes com produtos químicos, cuja atuação é somente na população existente de insetos-alvo, em um determinado momento. Considerando o período residual dos produtos químicos, geralmente muito curto, e o fluxo continuado de pragas, normalmente há necessidade de outras pulverizações para o controle. Além de aumentar o custo de produção da atividade econômica, tais aplicações adicionais podem favorecer o aparecimento de populações resistentes ao produto e ao mesmo tempo reduzir a população de espécies úteis, como os inimigos naturais das espécies fitófagas, ou aquelas que polinizam ou decompõem a matéria orgânica. Em função destes fatores negativos há um movimento significativo da sociedade, de agências e agentes profissionais, para que haja uma redução drástica no uso de práticas agrícolas de efeitos colaterais negativos para o ambiente e para a saúde humana. Uma alternativa, no caso específico de espécies fitófagas, é a utilização do controle biológico, cuja relevância foi institucionalmente valorizada com o lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos (Decreto nº 10.375, de 26 de maio de 2020), coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em função destas demandas e ações é visível o número crescente de produtos biológicos no Brasil, comercializados e em desenvolvimento por diferentes empresas. Objetivamente, a disponibilidade de produtos não é garantia de sucesso no controle de pragas, mas, por certo, o sucesso poderá acontecer tão logo haja adequada capacitação e uso dos novos processos agropecuários, associados a cada produto biológico. Esta mudança estratégica no modo de controlar as pragas tem o apoio de vários segmentos da sociedade, considerando que a redução ou eliminação de produtos que causam danos diretos e indiretos no ambiente é a percepção, o desejo e a expectativa, tanto do produtor agropecuário quanto do consumidor, notadamente urbano. Esta temática se insere no contexto e na dinâmica dos movimentos inteligentes e criativos para a segurança alimentar, com produtividade e sustentabilidade. Esta publicação foi preparada especialmente para colaborar com os agricultores, técnicos e extensionistas públicos e privados, no reconhecimento dos organismos benéficos e como efetivamente utilizá-los na propriedade agrícola.

 

Ano de publicação: 2022

Tipo de publicação: Livros

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